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  • Bruno Pinto Padilha

Quanto mais concorrência melhor

Quando se vai buscar uma vaga de emprego, até mesmo uma oportunidade na faculdade, prestar concurso ou vestibular, pensa-se sempre na "concorrência". Individual e coletivamente, em aspectos profissionais, acadêmicos ou pessoais, sempre haverá um nível de concorrência que tende a ser proporcional à dificuldade para atingir o objetivo final. Como disse Rafael Greca, "tendência não é destino". Há lero-leros de autoajuda motivacional que dizem para não se importar com a concorrência e sim consigo próprio. Em partes, o conceito pode ser aplicado, mas mesmo se você for muito bom e fizer o melhor possível, ainda assim poderão os outros serem tão bons quanto ou melhores.

A grande questão não é a concorrência em si, mas sim uma questão cultural que parece estar impregnada no atual senso comum brasileiro: a tara por monopólios. Sim, mesmo que não percebamos, muitas vezes queremos monopólios (que nos favoreçam, é óbvio) e também permitimos que outros monopólios se consagrem, por questão de ser mais confortável, pra não arrumar briga, porque "alguns assuntos não se discutem", porque "todos são iguais" (então trocar não faz diferença), etc. Exemplo simples: televisão ligada sempre no mesmo canal.

Muitas pessoas, quando exercem uma função, não querem ter concorrência. O mesmo vale para empresas. Não é apenas vida profissional, mas vida pessoal. Tenta-se boicotar a concorrência e se fala até em "concorrência desleal" ou "predatória". Ora, o que seria uma concorrência desleal: alguém que faz o mesmo que você, mas melhor e/ou por um preço mais baixo?

Quando você precisa de algo, é natural que você também queira o melhor custo benefício. Logo, é justo que você também tente oferecer o melhor benefício pelo menor custo. Na vida pessoal, não há necessariamente um custo financeiro, mas há esforços físicos e emocionais que você poupar as outras pessoas e ajudá-las. Dessa forma, ela preferirá você do que aquela pessoa que cobra favores, faz de má vontade e ainda "esfrega na cara" que fez algo como se ela fosse a única pessoa capaz de fazer aquilo no mundo (monopólio) ou que "é chata" resumidamente.

Querendo ou não, há uma interligação entre as pessoas e todos dependem uns dos outros em algum momento, direta ou indiretamente. Dessa forma, pra quê dificultar as coisas? A relação de oferta e demanda por qualquer coisa sob a face da Terra pode ser suprida naturalmente, com cada um fazendo o que sabe fazer melhor e também buscando o melhor possível para si. Assim, quanto maior concorrência, melhor para todos. Quem oferece algo, obriga-se a fazer cada vez melhor – e quem procura, tem cada vez melhores opções.

"Após a rápida postagem que fiz sobre o caso do veterinário impedido de trabalhar de graça (...) Quando se fala em concorrência predatória então (...) ISSO NÃO EXISTE. (...) A grande maioria das pessoas quer ganhar dinheiro e ter certa estabilidade, elas não querem ter que lutar pro resto da vida melhorando processos e produtos. As pessoas se acomodam e sinceramente não acho isso 100% errado. Aí vem um concorrente melhor e a tira do negócio. A culpa foi do concorrente? (...) Nos Estados Unidos dos anos 50 o varejo era dominado por lojas de variedades do tipo preço único (...) Um jovem empreendedor chamado Sam Walton comprou uma dessas lojas, uma franquia, e começou a fazer coisas malucas como cortar preços pela metade, comprar toneladas de produtos e oferecê-los a preços pouco superiores ao custo. A loja de Sam se tornou um sucesso e a figura dele bem quista na pequena cidade do oeste americano, os outros comerciantes não gostaram nada daquilo e deram um jeito de expulsá-lo da cidade. Ele quebrou? Não, muito pelo contrário (...) O Wal Mart foi talvez o primeiro grande "concorrente desleal" que se tem notícia (...)"

Recomenda-se a leitura na íntegra de "O mito da concorrência", disponível em: <http://coreyinvestidor.blogspot.com.br/2016/02/o-mito-da-concorrencia.html>, acesso em 7 de setembro de 2016

Bruno Pinto Padilha

Pedagogia - Opet

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