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  • Carlos Henrique Lopes Rezende

Um mês de experiência em Boston


Dia 27 de agosto fez um mês da minha chegada em Boston, eu nunca tinha feito uma viagem tão longa, foi a primeira vez que viajei pra outro país, pois o mais longe que tinha viajado era Itabirinha de Mantena, uma cidade do interior de Minas Gerais. Na chegada tive o primeiro choque cultural a dificuldade de comunicação, pois eu não sei falar inglês. Aliás o principal motivo de minha viagem é aprimorar essa “deficiência” quando eu desci do avião encaminhei-me até a imigração para checarem meu visto, eu peguei uma fila enorme e durante essa fila me entregaram uma folha para preencher, o problema é que eu não tinha caneta, então tive o primeiro desafio de pedir uma caneta emprestada, parece ser algo muito normal e fácil, mas pra quem não fala inglês, nunca teve contato prático com a língua, é muito difícil. Eu demorei uns 20 minutos pra conseguir a caneta, mas nunca esquecerei daquela frase! “ You have a pen?” Carregarei ela pra sempre no meu coração.

Eu estou morando em uma cidadezinha chamada Rockland, ela fica uns 30 minutos de carro até Boston, cidade essa que de americana não tem nada, pois a cada 5 metros brota um brasileiro do chão, tem muitos brasileiros, nas lanchonetes, nos postos de gasolina, supermercados, então em toda parte. Não sei ao certo a porcentagem, mas quase todos os conterrâneos que conheço moram ilegais, os que não moram, tiveram filhos ou casaram com cidadãos americanos para tornarem-se legais. Todos os brasileiros ilegais que conheço trabalham em empregos informais, como pintura, jardinagem, construção, são empregos que grande maioria dos imigrantes dominam. Não sei tecnicamente porque a maioria dos imigrantes trabalham nessas áreas, mas deduzo através da observação que seja porque são empregos que não precise de documento para trabalhar, e também não precisa de usar muito a comunicação, algo que vejo muitos imigrantes com dificuldades de lidar, eu conhecer um brasileiro que mora há 10 anos e só sabe falar o inglês básico. Aliás falando de trabalhar, como minha mãe sempre fala: “Querer não é poder”. Estou sobrevivendo trabalhando com pintura, não digo isso desmerecendo a profissão, de maneira alguma, ela é muito mais complexa do que imaginava e estou enriquecendo meu conhecimento com aprendizado que com certeza compartilharei com os moradores da CELU, principalmente o diretor de patrimônio. Mas “Querer não é poder” porque eu trabalho com brasileiros, eu não queria trabalhar com brasileiros, para desenvolver mais rápido o aprendizado do Inglês, mas foi o único emprego que um brasileiro que não é proficiente poderia conseguir. Se vocês souberem de outra opção. Please! Me avise!

1 - Entrada de Boston pela rodovia

Todos os dias quando vou trabalhar, pego a rodovia e percorro 20 km até Boston, e ela sempre está congestionada e durante o congestionamento, todas as manhãs vejo a entrada da cidade, aqueles prédios altos que via em filme, Bah muito massa. Nessa de ficar olhando prédio eu já quase bati o carro, mas tranquilo, foi superado e lógico que continuo olhando os prédios em vez de prestar atenção no trânsito.

Em pouco tempo caminhando e observando, percebe-se que a cidade é lotada de estudantes, caminho nas ruas e parece que estou dentro de um campus universitário, mas não é só coincidência. A cidade é muito famosa por ser uns dos principais destinos de estudantes no mundo seja para aprender línguas ou cursar uma graduação, instituições de ensino é que não faltam existem dezenas de universidades na região, sendo que em Cambridge, uma cidadezinha que é separada de Boston só por uma ponte, é sede de duas das mais importantes universidades do mundo a Harvard e o MIT.

Pra quem deseja estudar inglês, existem diversas escolas, tempo integral ou parcial, quem quiser estudar em tempo integral é só com o visto de estudante, mas quem quiser estudar só tempo parcial o visto de turismo já basta ( informações da escola que eu estudo). Eu optei em estudar das 17:30 às 20:50 porque tenho que trabalhar para pagar o curso, as aulas são de segunda a sexta. O legal da minha turma é que não tem nenhum brasileiro o/. Teve um dia conversando com o Pedro Gobbo que também já morou nos USA ele disse que os professores são tão bons que mesmo não sabendo de nada é possível entender o que falam e isso é muito verdade, eles facilitam muito a comunicação conversando sobre assuntos simples de um jeito simples.

2 - Supermercado

Após um mês percebo que é um contraste totalmente diferente da atual situação do Brasil, um belo exemplo é quando vou ao mercado, tudo muito barato mesmo convertendo as moedas, alimentos básicos da cesta básica de uma família aqui é muito acessível ao consumidor. Eu ando de carro umas 70 km por dia. Eu coloco 30 dólares de gasolina e consigo andar com o carro a semana toda. Após ver tantas diferenças pergunto-me como que a economia desse país funciona? Como que é possível o consumidor ter um poder de barganha tão grande? O trabalhador consegue colocar comida na mesa mesmo trabalhando em um emprego pouco remunerado, segundo informações que consegui de próprios brasileiros empregos em rede de fast food que são uns dos mais mal pagos, o empregado ganha em média 11 dólares a hora, com os descontos ocasionados dos tributos o total recebido seria uns 9,50 dólares por hora trabalhada, se trabalhar 8 horas por dia são 76 dólares/dia, na semana isso equivale a 380 dólares, com esse valor é garantia de carrinho cheio em uma pequena ida ao supermercado.

3 - Museu de Harvard

Outra realidade, existem outras diferenças grotescas entre os países, mas quero salientar que na minha opinião são incomparáveis, o Brasil é um país emergente ainda está se reestruturando, lógico rodeado de corrupção mas não deixa de ser um país emergente e em construção, Os estados Unidos já é um país consolidado a maior economia do mundo, não se deve comparar, não realidades totalmente distintas, são países opostos.

4 - Arena Garden: Casa do Boston Celtics

Carlos Henrique Lopes Resende

Administração - UTFPR

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